PERCEPÇÕES ACERCA DA INTOLERÂNCIA ÀS RELIGIÕES DE MATRIZES AFRICANAS

Autores

  • Marilene Lopes de Jesus Centro Universitário Augusto Motta – UNISUAM
  • Marcus Alexande Cavalcanti Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ
  • Maria Geralda de Miranda Centro Universitário Augusto Motta - UNISUAM

DOI:

https://doi.org/10.22408/reva8020231125e-8058

Resumo

A intolerância religiosa aos adeptos do candomblé é produto das ramificações do racismo, que fora estruturado ao longo dos anos, no Brasil, desde a chegada dos colonizadores. Nesse contexto as religiões de matriz africana tiveram a sua desconstrução, em que agregaram a demonização nos ritos e costumes culturais dos africanos aqui escravizados. Tais ritos e rituais foram por quatro séculos criminalizados e somente a partir do século XXI foi dado direito à fala jurídica e política. Este estudo objetivou discutir as várias faces da intolerância às religiões de matriz africana, em específico ao candomblé, por meio de pesquisa a reportagens jornalísticas em jornais e revistas de grande circulação, em blogs, sites de emissoras e redes sociais como YouTube, Facebook, Instagram, relacionadas à intolerância religiosa. Foram analisadas quarenta matérias selecionadas.  A discussão evidenciou casos de intolerância religiosa, que na sua maioria, houve denúncia em delegacias e apoio de entidades do movimento negro, mas também foi percebido a falta de um posicionamento mais enérgico da justiça e dos órgãos governamentais, para que as leis seja, cumpridas. Conclui-se que é necessário que haja a educação para a diversidade com vistas a minimizar os casos de intolerância e violência, mas também políticas governamentais.

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Biografia do Autor

Marilene Lopes de Jesus, Centro Universitário Augusto Motta – UNISUAM

Mestre em Desenvolvimento Local - Centro Universitário Augusto Motta – UNISUAM

Marcus Alexande Cavalcanti, Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ

Doutor em Educação em Ciências e Saúde 

Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ

Pós-doutorando em Desenvolvimento Local, do Centro

Universitário Augusto Motta -  UNISUAM.- Rio de Janeiro.

 

Maria Geralda de Miranda, Centro Universitário Augusto Motta - UNISUAM

Pós doutora em Políticas Públicas e Formação Humana pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Doutora em Letras com ênfase em estudos pós-coloniais - UFF. Pesquisadora do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Local do Centro Universitário Augusto Motta - UNISUAM - Rio de Janeiro 

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Publicado

2023-06-06

Edição

Seção

Fluxo Contínuo (Art. Originais/Revisão)