TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO EM MULHERES VITIMAS DE VIOLÊNCIA DOMESTICA: Prejuízos cognitivos e formas de tratamento

Samir Antonio Silvestre Dias, Luciano Simões Canavez, Elizabeth Santos de Matos

Resumo


O presente artigo tem o objetivo de estudar a violência doméstica, suas consequências e influências no desenvolvimento do transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). A violência contra a figura feminina é encarada ainda como um grande tabu na sociedade atual. Falar sobre a violência perpetrada contra mulheres demanda muito diálogo e conscientização sobre o assunto. Tendo em vista que a violência contra a mulher remonta a tempos imemoriais, utilizou - se o mito de Lilith e sua ligação com a mitologia judaica, pois o entrelaçamento e influência exercida por esses mitos na cultura ocidental, principalmente nos países que foram colonizados por nações que seguem o cristianismo, que é uma crença de origem judaica, se torna alvo de interesse da psicologia, pois o TEPT é mais prevalente em países latinos do que em outras regiões que possuem melhor desenvolvimento socioeconômico. A cultura é um dos alicerces na formação das crenças centrais e nos esquemas cognitivos do indivíduo. A prevalência do TEPT em vítimas de violência doméstica é um fato que desperta a necessidade de se falar sobre o assunto e estudar mais profundamente as raízes do machismo, as crenças centrais dos indivíduos que fomentam a dinâmica violenta do casal, e a posição passiva da vítima frente a seu agressor. A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma das terapias mais indicadas para o tratamento do TEPT, pois é de curta duração, possui eficácia, e tem foco no problema. Formas específicas de tratamento e abordagens para vítimas de violência doméstica que desenvolvem TEPT serão apresentadas com o intuito de esclarecer as técnicas e caminhos mais indicados para este tipo de transtorno. Mulheres que sofrem violência doméstica são vulneráveis a desenvolverem o TEPT, e outros tipos de sofrimento que as impossibilitam de sair do ciclo violento que podem culminar em inúmeras alterações psíquicas e biológicas.

 


Texto completo:

PDF

Referências


Associação Americana de Psiquiatria. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - DSM-5. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.

BECK, Judith S. Terapia cognitivo-comportamental: Teoria e prática. Tradução de Sandra Mallmann Rosa. Porto Alegre: Artmed. 2ª ed, 2013. 413 p. Tradução de Cognitive Behavior Therapy: Basics and Beyond.

BIBLIA. Português. Bíblia sagrada. Tradução por João Ferreira de Almeida.São Paulo: King’s Cross, 2006.

BRASIL (2006). Lei Federal nº. 11.340, de 7 de agosto de 2006. Que dispõe sobre mecanismos para coibir a violência domestica e familiar contra a mulher. Diário oficial da união.

BRASIL. Ministério da saúde. Secretaria de Atenção a Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas Área Técnica de Saúde da Mulher. Prevenção e tratamento dos agravos resultantes da violência sexual contra mulheres e adolescentes: norma técnica. 3ª ed. Brasília: Editora MS; 2011.

DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artmed, 2008, 2ª ed.

DRESCH, Gabriela. Violência perpetrada contra a mulher pelo seu parceiro íntimo: uma analise sobre os estudos empíricos na realidade brasileira. Porto Alegre, UFRGS, 2011, 28.p.

DREZETT, Jefferson; JUNQUEIRA, Lia; et al. Influência do exame médico-legal na responsabilização do autor da violência sexual contra adolescentes. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano. Disponível em:

http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104128220110002000022011;21:189–97. Acesso em: 08/09/2017.

FALCONE, Eliane; OLIVEIRA, Margareth (org). Terapia Cognitiva Comportamental: Transtorno de Estresse Pós-Traumático. 1ª ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2013.

KNAPP, Paulo; Beck, Aaron. Fundamentos, modelos conceituais, aplicações e pesquisa da terapia cognitiva. Revista Brasileira de Psiquiatria: 2008, vol. 30. Disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-44462008000600002&script=sci_abstract&tlng=pt.

Acesso em: 01/09/2017.

KNAPP, Paulo; CAMINHA, Renato. Terapia cognitiva do transtorno de estresse pós-traumático. Revista Brasileira e Psiquiatria: 2003, vol.25. Disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S151644462003000500008&lng=pt&tlng=pt. Acesso em: 05/07/2017.

KOLTUV, Barbara. O livro de Lilith. Tradução de Rubens Rusche. São Paulo: Cultrix. 1ª ed, 1986. 153.p. Tradução de: The Book of Lilith.

KRAMER, Heinrich; SPRENGER, James. O martelo das feiticeiras. Tradução de Paulo Fróes. Rio de Janeiro: Best Bolso. 3ª ed, 2016. 542 p. Tradução de Malleus Maleficarum.

LARAIA, Roque. Jardim do Éden revisitado. Universidade Federal de Brasilia, 1996.

LEAHY, Robert. Livre de ansiedade. Tradução de Vinícius Figueira. Porto Alegre: Artmed. 1ª ed, 2011, 248 p. Tradução de Anxiety free: unravel your fears before they unravel you.

SOARES, Bernardo Garcia; LIMA, Maurício Silva. Estresse pós-traumático: uma abordagem baseada em evidencias . Revista Brasileira de Psiquiatria, 2003.

SOUZA, Flavia Bello; DREZZET, Jefferson; MEIRELLES, Alcina; RAMOS, Denize. Aspectos psicológicos de mulheres que sofrem violência sexual. SBRH, 2013.




DOI: https://doi.org/10.22408/reva322018114597-622

Métricas do artigo

Carregando Métricas ...

Metrics powered by PLOS ALM

Apontamentos

  • Não há apontamentos.




Flag Counter

Revista Valore 
ISSN: 2525-9008