Imagens do inconsciente: alianças entre arte e terapia
DOI:
https://doi.org/10.22408/reva22201777259-271Resumo
O presente artigo tem como objetivo descrever a trajetória profissional da psiquiatra alagoana Dra. Nise da Silveirae sua importância para a história da pesquisa na área da saúde mental. Pioneira na luta pela transformação das práticas manicomiais em nosso país, o registro de sua presença vem marcado por uma compreensão teórica que coloca sua ação no centro da mudança social. Nise da Silveira desafiou os códigos dominantes, rompeu com as invisibilidades e os silêncios de tais práticas, trazendo à luz as realidades ancoradas em relações de poder e controle produzidos por discursos conservadores da psiquiatria. Portadora da solidariedade, grande humanista, o trabalho da Dra. Nise apresenta variadas denúncias de injustiça social. Em sua prática ela jamais deixou de lançar uma forte crítica a psiquiatria tradicional, tornando-a assim uma das figuras mais importantes da luta antimanicomial no Brasil.Downloads
Referências
AMARANTE, P.; TORRE, E. H. G., Medicalização e determinação social dos transtornos mentais: a questão da indústria de medicamentos na produção de saber e políticas. In: NOGUEIRA, R. P. Determinação Social da Saúde e Reforma Sanitária. Rio de Janeiro: CEBES, 2011, 151-160.
ARTAUD, Antonin. O teatro e seu duplo. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
BETTO, F. Fome de beleza, sede de transcendência. Quaternio, nº 8, 101, 2001.
FOUCAULT, M. História da Loucura. São Paulo: Perspectiva, 1987.
______. O poder psiquiátrico. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
______. O nascimento da clínica. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1977.
FREUD/JUNG. Correspondência. Rio de Janeiro: Imago, 1976.
GULLAR, F.Nise da Silveira, Coleção Perfis do Rio. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1996.
JUNG, C. G. Psicologia do Inconsciente. Petrópolis: Vozes, 1987.
MELO, Walter. Ninguém vai Sozinho ao Paraíso: o percurso de Nise da Silveira na psiquiatria do Brasil. Tese, Pós-graduação em Psicologia Social, IP/UERJ, 2005.
MELLO, L. C. Nise da Silveira. Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2009.
MELO, W.Maceió é uma cidade mítica: o mito da origem em Nise da Silveira. Psicol. São Paulo: USP, v. 18, n. 1, p. 101-124, mar. 2014. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo>. Acesso em 02 maio de 2017.
RAUTER, Cristina. “Oficinas para quê? Uma proposta ético-estético-política para oficinas terapêuticas”. In: AMARANTE, Paulo (org.). Ensaios: subjetividade, saúde mental, sociedade. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2006. p. 267-277.
REINHEIMER, Patrícia. O território da arte: da nação ao indivíduo, valores antagônicos na afirmação da autonomia da forma. Horizontes Antropológicos. Porto Alegre, ano 14, n. 29, p. 15-41, jan./jun. 2008.
SANDER, Jardel. A caixa de ferramentas de Michel Foucault, a reforma psiquiátrica e os desafios contemporâneos. Psicologia & Sociedade, Belo Horizonte, v. 22, n. 2, p. 382-387, 2010.
SILVEIRA, Nise da. O mundo das Imagens. São Paulo: Ed. Ática, 1992.
______. Imagens do Inconsciente. Rio de Janeiro: Ed. Alhambra, 1981.
______. A esquizofrenia em imagens. In: Ferreira, Martha Pires. (Org.). Senhora das Imagens Internas: escritos dispersos de Nise da Silveira. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 2008.
______.Um homem em busca do seu mito. In: Artaud: a nostalgia do mais. Marco Lucchesi (Org.). Rio de Janeiro: Ed. Numen, 1989.
______. Casa das Palmeiras. Rio de Janeiro: Ed. Alhambra, 1986.
__________Cartas à Spinoza. Rio de Janeiro. Livraria Francisco Alves Editora S.A. 1995.
______, N.9 Artistas de Engenho de Dentro. Disponível em: <http://www.museudasimaensdoinconsciente.com.br>.Acesso em 3 maio. 2015.
SILVEIRA, N.O Museu Vivo de Engenho de Dentro. Disponível em: <http://www.ccms.saude.gov.br/o_museu_vivo/index.htm> Acesso em 3 jun. 2015.
SPINOZA, B. Ética. Tradução Tomaz Tadeu. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.
TORRE, Eduardo Henrique Guimarães; AMARANTE, Paulo. Michel Foucault e a “História da Loucura”: 50 Anos Transformando a História da Psiquiatria . Cadernos Brasileiros de Saúde Mental, Florianópolis, V. 3, n. 6, p. 41-64, 2011.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação;
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado
Em virtude da aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais.