AULAS FITNESS COMO CENÁRIO DE UMA SÁTIRA SOCIAL: O HUMOR COMO CONVITE REFLEXIVO À EDUCAÇÃO FÍSICA

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.22408/reva412019299978-993

Resumen

O estudo analisa criticamente o discurso humorístico presente em três esquetes produzidos pelo coletivo humorístico “Porta dos Fundos”, disponível no Youtube. Trata-se daqueles intitulados “Aula de Segunda”, “Aula de Quinta” e “Aula de Sábado”, que satirizam aulas fitness. O método é a Análise do Discurso segundo Orlandi. A tentativa de aproximar o discurso humanista das práticas de culto ao corpo explicitou a rasura de sentidos e as contradições inerentes à dinâmica de muitas atividades oferecidas em academias. Isto possibilitou reflexões sobre bioascese e narcisismo no âmbito das práticas corporais. Também emergiram fragilidades inerentes à produção de conhecimentos no campo da Educação Física, ficando evidente que a superação de seu viés mecânico ainda não foi superado.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Cássia Marques Cândido, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Possui graduação em Educação Física pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Mestre em Educação Física pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Especialista em Educação Física Escolar pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Especialista em Psicopedagogia e Orientação Orientação pela UFRRJ. Atualmente é professora de Educação Física do ensino médio, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, campus avançado Resende. Cursa doutorado em Ciências do Exercício Físico e do Esporte na UERJ. Participa de pesquisas sobre Educação Física e mídia.

Alexandre Palma de Oliveira, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Possui graduação em Educação Física pela Universidade Gama Filho (1986), mestrado em Educação Física pela Universidade Gama Filho (1995), doutorado em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz (2002) e estágio de pós-doutorado no Instituto de Psiquiatria (IPUB) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (2005) e no Programa de Pós-graduação em Ciências do Exercício e do Esporte da Universidade Gama Filho (2014). Atualmente, é professor associado da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde leciona na Escola de Educação Física e Desportos. Atua, ainda, como parecerista dos seguintes periódicos: Journal of Sports Sciences, Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Revista Movimento, Ciência & Saúde Coletiva e Arquivos em Movimento (UFRJ). Tem experiência acadêmica no campo da Educação Física nas seguintes áreas: treinamento desportivo, atividade física e promoção da saúde e futebol.

Monique Ribeiro de Assis, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Psicanalista. Possui graduação em Psicologia, graduação em Educação Física, mestrado e doutorado pela Universidade Gama Filho. Atualmente é professora adjunta da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e atua no Programa de Pós-Graduação em Ciências do Esporte e do Exercício da UERJ. Desenvolve suas pesquisas na área do imaginário social, atuando principalmente nos seguintes temas: análise do discurso (imagem e palavra), questões relacionadas à imagem corporal, consumo associado ao aperfeiçoamento do corpo e subjetividades contemporâneas, universo da dança em seu contexto histórico e estético. Membro provisório da Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro (SBPRJ).

 

Citas

ANDREASSON, J; JOHANSSON, T. The Fitness Revolution. Historical transformations in the global gym and fitness culture. Sport Science Review, Bucharest; v. 23, n. 3-4, p. 91-112, 2014. Disponível em:<https://www.researchgate.net/publication/277018421_The_Fitness_Revolution_Historical_Transformations_in_a_Global_Gym_and_Fitness_Culture> Acesso em: 12 dezembro de 2016.

BERGSON, H. O riso: ensaio sobre a significação do cômico. São Paulo: Martins Fontes, 2007. 128p.

BURGESS, J; GREEN J. YouTube e a Revolução Digital: como o maior fenômeno da cultura participativa transformou a mídia e a sociedade. São Paulo: Aleph, 2009. 240p.

CÂNDIDO CM, ASSIS MR, FERREIRA NT, COELHO LAMC. A representação da educação física na 18ª temporada da telenovela Malhação. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, São Paulo, v. 29, n.1 p.95-106, 2015. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1807-55092015000100095&lng=pt&tlng=pt > Acesso em:12 dez. de 2016.

CÂNDIDO, CM; PALMA, A; ASSIS, MR. A representação da Educação Física no quadro MEDIDA CERTA/90 DIAS PARA REPROGRAMAR O CORPO exibido pela TV Globo. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, São Paulo, v. 30, n. 2, p. 345-357, 2016. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1807-55092016000200345&lng=pt&tlng=pt> Acesso em: 12 dez. de 2016.

CASTELLANI FILHO, L. Educação Física no Brasil: a história que não se conta. Campinas: Papirus; 1988. 93p.

FOUCAULT, M. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. Petrópolis, RJ: Vozes; 2004. 318p.

FOUCAULT, M. Microfísica do poder. 18. ed. Rio de Janeiro: Edições Graal, 2003.302p.

FURTADO, RP. Do fitness ao wellness: os três estágios de desenvolvimento das academias de ginástica. Revista Pensar a Prática, Goiás; v. 12, n. 1, p. 1-11, 2009. Disponível em: <https://www.revistas.ufg.br/fef/article/view/4862> Acesso em: 14 dez. de 2016.

HERNANDES, N. A mídia e seus truques: o que jornal, revista, tv, rádio, e internet fazem para captar e manter a atenção do público. São Paulo: Contexto; 2006. 279p

KURY, AG; ROSA, U. Minidicionário. Editora: FTD, 2001. 1184p.

LASCH C. A cultura do narcisismo: a vida americana numa era de esperanças em declínio. Rio de Janeiro: Editora Imago; 1983. 322p.

MARCELINO, NC. Academias de ginástica como opção de lazer. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, Goiás, v. 11, n. 2, p. 49-54, 2003. Disponível em: <https://pt.scribd.com/document/118273644/Academias-de-ginastica-como-opcao-de-lazer-Marcellino-pdf> Acesso em: 19 jan. 2016.

ORLANDI, EP. A linguagem e seu funcionamento: as formas do discurso. Campinas: Pontes; 2003. 276p

ORLANDI, EP. Interpretação: autoria, leitura e efeitos do trabalho simbólico. Campinas: Pontes; 2007.160p.

ORTEGA, F. O corpo incerto: corporeidade, tecnologias médicas e cultura contemporânea. Rio de Janeiro, Garamond; 2008. 264p.

Porta dos fundos. Identificação do coletivo humorístico. Disponível em: <https://www.portadosfundos.com.br/sobre> Acesso em: 20 nov. de 2016.

Porta dos Fundos. Vídeo: Aula de Segunda. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=RzFB3PpDc7c> Acesso em: 20 nov. de 2016.

Porta dos Fundos. Vídeo: Aula de Quinta. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=cidmlE5j5-c> Acesso em: 20 nov. de 2016.

Porta dos Fundos. Vídeo: Aula de Sábado. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=32ZOklRlaOw> Acesso em: 20 nov. de 2016.

SERRA, GMA; SANTOS, EM. Saúde e mídia na construção da obesidade e do corpo perfeito. Revista Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro; v. 8, n. 3, p. 691-701, 2003; Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232003000300004&lng=pt&tlng=pt> Acesso em: 20 nov. de 2016.

POZZATO, MP. A academia paleolítica: aparelhos e corpos no fitness contemporâneo. Revista dObra[s], São Paulo; v. 4, n. 10 , p. 79-84, 2010. Disponível em: <https://dobras.emnuvens.com.br/dobras/article/view/187> Acesso em: 20 nov. de 2016.

SALIBA, ET. Raízes do Riso: a representação humorística na história brasileira da Belle Époque aos primeiros tempos do rádio. São Paulo: Companhia das Letras; 2002. 384p.

SILVA, AM. Corpo, ciência e mercado: reflexões acerca da gestação de um novo arquétipo de felicidade. Florianópolis: Autores Associados; 2001. 152p.

ZALFA, LMC; CÂNDIDO, CM; ASSIS, MR. Os sentidos dos discursos sobre atividade física no Jornal O Globo Online. Revista Brasileira Ciência e Movimento, Brasília; v.24, n. 2, p. 15-25, 2016. Disponível em: <https://portalrevistas.ucb.br/index.php/RBCM/article/view/5770> Acesso em: 20 jan. de 2017.

Publicado

2019-12-26

Número

Sección

Artigo Original