REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DOS PROFESSORES DO NÍVEL SUPERIOR SOBRE O ESTRESSE OCUPACIONAL

Autori

  • Daysi Lucidi Gomes de Farias INSTITUTO FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
  • Albertina Maria Batista de Sousa da Silva INSTITUTO FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
  • Paulo Lourenço Domingues Jr. INSTITUTO FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
  • Loise Tarouquela Medeiros INSTITUTO FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

DOI:

https://doi.org/10.22408/reva502020652109-135

Abstract

Este artigo objetiva identificar representações sociais (RS) dos professores do ensino superior de uma rede pública federal sobre o estresse ocupacional. Os estudos de Abric, de Moscovici e de Jodelet contribuíram para as fundamentações analítica e metodológica. Para embasar os conceitos e modelos de estresse, as pesquisas de Karasek e de Cooper. Concernente ao trabalho do professor, as obras de Tardif e Lessard compõem o quadro teórico. Tratou-se de uma abordagem qualitativa. Foram realizadas 42 entrevistas com professores lotados em campus distintos. Os dados sistematizados pelo software Iramuteq auxiliaram na análise dos conteúdos. Novos elementos, como conflito de papéis, a falta de liderança e de organização do trabalho, vinculados aos encontrados nos referenciais, resultaram no estresse para esses sujeitos. Como resultado desta pesquisa, destacam-se como resentações sociais sobre estresse ocupacional para esses atores, doença, tristeza, afastamento, dificuldade de relacionamento, sobrecarga e a inadequada organização do trabalho. Observando-se o estresse como fator de afastamento e descontentamento do servidor pelos processos gerenciais e organizacionais, recomenda-se um programa de saúde ocupacional que atenda e recupere a qualidade de vida do trabalhador. Indica-se a ampliação de pesquisas no campo empírico com todos os servidores, a fim de apontar possíveis causas e agir de forma profilática.

Palavras-chave: Representações Sociais. Teoria do Núcleo Central. Professores do Ensino Superior. Estresse Ocupacional.

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Pubblicato

2020-09-29