ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO E INCLUSÃO EDUCACIONAL: CONSTRUINDO PONTES PARA O ENCONTRO ENTRE O DIFERENTE E A DIFERENÇA
DOI:
https://doi.org/10.22408/reva31201858462-474Abstract
Acompanhamento terapêutico (AT) é uma modalidade de atendimento com ênfase no fortalecimento dos laços sociais, amplamente utilizado no acompanhamento de crianças com diagnóstico do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) e que estão à margem da sociedade, como recurso para auxiliar a inclusão educacional. O Acompanhamento Terapêutico tem sido utilizado cada vez mais como recurso auxiliar no processo educacional de crianças com graves distúrbios de desenvolvimento. Algumas escolas regulares da rede particular e pública têm desenvolvido projetos de inclusão de crianças com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e TEA, onde o trabalho do AT entra como um agente facilitador do processo inclusivo. Por meio de seu trabalho, o AT cria as condições para que a criança possa frequentar a escola, beneficiando-se do processo educativo. No interior da escola, o trabalho do AT consiste em um acompanhamento da criança durante todo o período escolar, dentro e fora da sala de aula, procurando construir e fortalecer vínculos sociais com os colegas e ao grupo de crianças com os quais convive, assim como envolvê-la nas atividades propostas pelo professor. Considerando a importância do processo inclusivo, o presente trabalho visa identificar as funções inerentes ao trabalho do profissional que realiza o acompanhamento terapêutico e, que transformou essa modalidade de atendimento em recurso essencial ao processo de socialização e inclusão social e educacional. O AT realiza a função de ser porta-voz do aluno diferente, essa atribuição lhe permite oferecer tanto à criança que acompanha quanto para as crianças com as quais, essa, se relaciona, a possibilidade de ser reconhecido não só como aquele que "bagunça, atrapalha e detona", porque consegue colocar em palavras os atos bizarros e abruptos que a criança manifesta, deslocando essas atitudes incomuns para o campo do comportamento diferente, a fim de que seja construído o campo fértil de troca, que possibilite o encontro entre as pessoas diferentes e as diferenças que são características comuns de todos os seres com ou sem deficiência. Entender e decifrar o que essas crianças querem transmitir não é uma tarefa fácil, uma vez que apontam para a própria resistência da escola em “sair de seu lugar cômodo” e desprender de seus ideais. A riqueza dessa proposta é perceber a contribuição que cada profissional pode oferecer ao construir com o fazer cotidiano, pontes simbólicas que permitem os contatos, as trocas e a possibilidade de aprender.
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